Há muitos anos, analistas de mercado e estudiosos perceberam que o grande público não gosta tanto assim de inovação, apesar de curtir novidades. Foi pensando nessa contradição tipicamente humana que o designer Raymond Loewy cunhou o termo “Princípio MAYA”, acrônimo para “Most Advanced, Yet Acceptable”, traduzido por “o mais avançado, porém aceitável”, em português.
De acordo com Loewy, designers devem ser cautelosos nas mudanças, porque o usuário médio não está disposto a adotar um produto que parece muito complicado ou muito diferente daquilo com o que ele já está acostumado.
Veja algumas criações desse cara que é considerado o pai do design industrial: a concha símbolo da Shell, a logomarca dos cigarros Lucky Strike, a garrafa curvilínea de vidro da Coca-Cola.
O Princípio MAYA fala basicamente sobre a contradição que vivenciamos em relação ao que é novo. Ansiamos pelo que é diferente, inovador, mas ao mesmo tempo buscamos segurança no que é familiar.
“O gosto do público adulto não está necessariamente pronto para aceitar as soluções lógicas para seus requisitos se a solução implica um afastamento muito vasto do que eles foram condicionados a aceitar como norma”, afirma Loewy
As pessoas querem novidades, mas também querem pertencimento, o ‘ser diferente’ e o estar ‘fora do padrão’ estão separados por uma linha bem tênue. O que conhecemos nos traz conforto e o que é novo nos provoca surpresa.
O iPod da Apple é um exemplo do Princípio MAYA. Quando foi lançado, as pessoas já estavam habituadas com walkmans, então a novidade foi bem aceita. Era um produto inovador, porém com um uso familiar. O Iphone seguiria o mesmo caso.
Trazendo um exemplo mais recente, quando o AirBnb chegou ao mercado era chamado de ‘Uber’ dos hotéis, evocando a familiaridade das pessoas com a mecânica de contratação de transporte, mas no segmento de hospedagem. Um sistema familiar, porém em um segmento inovador.
São muitos os exemplos de como a Regra MAYA vem sendo aplicada até hoje.