A recente morte do Papa Francisco colocou o mundo diante de um momento carregado de simbolismo e história. Mais do que o luto por um líder espiritual, vivenciamos a força de uma instituição que segue protocolos cuidadosamente preservados há séculos. O processo de escolha de um novo Papa, desde o luto oficial até o conclave e o anúncio do sucessor, é um exemplo profundo de como tradição, ritual e organização caminham juntos para garantir continuidade. No universo das marcas, essa lógica também se aplica.
À primeira vista, pode parecer que religião e branding estão em esferas opostas. Mas quando falamos sobre legado, construção de identidade e fidelidade ao propósito, há um ponto em comum essencial: a importância dos processos. Eles não servem apenas para manter a ordem, mas para preservar a essência.
Sem processos, não há identidade duradoura
No nosso dia a dia, somos frequentemente lembrados de que boas ideias não bastam, é o processo que transforma visão em valor. Da criação de uma identidade visual à ativação de campanhas, tudo passa por um caminho bem desenhado. São etapas que se conectam, se respeitam e dão sustentação à narrativa da marca. E isso não significa rigidez, mas sim coerência.
Assim como no Vaticano, onde rituais milenares são seguidos para garantir que o novo Papa represente uma continuidade de fé e tradição, uma marca precisa respeitar seus próprios pilares. Toda decisão criativa ou estratégica deve estar alinhada com o propósito, o público e os valores que deram origem àquela marca. Quando esses processos falham, ou simplesmente são ignorados, o resultado é confuso, frágil e sem identidade.
Tradição como elo entre passado e futuro
Seguir processos não é apenas uma exigência técnica, mas uma forma de gerar significado. O ritual da fumaça branca, por exemplo, não apenas anuncia um novo líder religioso, ele comunica ao mundo que a Igreja continua firme em seus fundamentos. Nas marcas, os ritos também existem: o lançamento de um produto, o rebranding, um manifesto de posicionamento. E quanto mais bem conduzidos forem esses momentos, mais forte será a conexão com o público.
Marcas que se sustentam no tempo não são aquelas que mudam a todo momento, mas as que sabem como evoluir respeitando sua essência. Nesse sentido, a tradição pode ser vista como uma estrutura simbólica que permite inovação com responsabilidade. E é esse equilíbrio que buscamos em cada entrega: unir criatividade a processos consistentes, que não engessam, mas orientam.
Processos bem definidos não travam a inovação. Eles dão forma a ela. Seja dentro de uma agência ou diante de uma instituição milenar como o Vaticano, o que está em jogo é sempre o mesmo: preservar aquilo que realmente importa enquanto se avança. Que nossas marcas aprendam com os ritos do mundo, e que nossas ideias sigam encontrando caminhos sólidos para se tornarem legados.